Hoje é o meu aniversário. Sempre valorizei este dia como um momento só meu – um dia em que me permito parar, respirar fundo e fazer aquilo que me dá prazer: estar com os meus, almoçar com quem amo, agradecer pela vida.
Mas este ano é diferente. A ausência da minha mãe pesa. Está muito fresca ainda a dor de não ouvir o toque do telefone, de não escutar a sua voz a dar-me os parabéns como sempre fez. Hoje seria um dia de almoço juntas, de pequenos gestos que diziam muito.
A verdade é que, mesmo adulta, mesmo com filhos e netos, há um lugar dentro de nós que continua a ser só de filha. E nesse lugar, hoje, há um silêncio que dói.
Ainda assim, continuo a acreditar que a vida deve ser celebrada. Tiro sempre o dia para mim porque a vida passa num instante, e num segundo tudo pode mudar – e muda mesmo. Hoje, em vez da dor, quero tentar focar-me na gratidão: pelos que cá estão, pelos momentos vividos, pela força que herdei da minha mãe e que me ajuda agora a seguir.
Aos 58 anos, continuo a aprender que viver é aceitar com doçura os dias felizes e os dias difÃceis. Que chorar não diminui a alegria de viver – pelo contrário, torna-a mais verdadeira.
Obrigada a quem me acompanha neste caminho. Hoje, celebro-me com o coração apertado, mas também cheio de amor e memória. E sei que, onde quer que esteja, a minha mãe continua a soprar comigo as velas da vida.✨
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