Saúde mental é um tema cada vez mais urgente, especialmente para quem, como
eu, vive uma rotina cheia de responsabilidades e desafios. Desde 2008,
dedico-me de corpo e alma à causa animal como responsável pela associação
Adoromimos. Liderar uma equipa de voluntários, gerir um abrigo com cerca de 100
animais e, ao mesmo tempo, ser esposa, mãe e avó já seria um grande desafio por
si só. Mas ainda há o meu trabalho diário, numa empresa de venda de artigos
agrícolas, onde atuo tanto no escritório como no armazém.
Confesso que carregar artigos de armazém — muitos deles bastante pesados —
dispensa a necessidade de ir ao ginásio. Trabalhar das 9h às 18h30, com tarefas
que exigem tanto do corpo quanto da mente, adiciona mais uma camada de
complexidade ao equilíbrio que tento manter na vida.
Os pedidos da causa animal continuam a ser desgastantes, tanto física quanto
psicologicamente. Enfrentar histórias de abandono, resgatar vidas frágeis e, ao
mesmo tempo, motivar a equipa e lidar com as limitações de recursos, exige
muito. Adicione a isso os desafios de uma família maravilhosa, mas, como
qualquer outra, imperfeita. Os filhos crescem, mas as preocupações não
diminuem, e a paciência, aos 57 anos, já não é a mesma de outrora.
Com tudo isso, ultimamente tenho aprendido a valorizar algo fundamental: a
minha saúde mental. Percebi que para continuar a cuidar de todos, preciso
cuidar de mim mesma. E sei que muitas pessoas enfrentam caminhadas similares.
Por isso, deixo aqui algumas reflexões e dicas para quem, como eu, sente a
pressão de “ser tudo para todos”:
1. Reconheça
os seus limites
Não podemos fazer tudo sozinhos. Delegar tarefas, seja em casa, no trabalho ou
na associação, é essencial. Aprender a dizer “não” também pode ser libertador.
2. Encontre
o seu refúgio
Seja uma caminhada na natureza, uma conversa com amigos ou um momento a sós,
encontre algo que renove a sua energia.
3. Procure
ajuda quando necessário
Não hesite em procurar um profissional de saúde mental. Terapia não é sinal de
fraqueza; é um ato de coragem e autocuidado.
4. Cultive
relações de apoio
Rodeie-se de pessoas que compreendam os seus desafios e estejam dispostas a
apoiar, mesmo que apenas ouvindo.
5. Pratique
a gratidão
Apesar das dificuldades, lembrar-se do impacto positivo que geramos — seja na
vida dos animais que resgatamos ou nos sorrisos da nossa família — pode ajudar
a trazer leveza.
Entre o trabalho, a família e a dedicação à causa animal, cuidar da minha
saúde mental tornou-se um compromisso diário. Não é egoísmo; é a base para
continuar a ajudar os outros. Afinal, quem cuida também merece ser cuidado.
Como tem cuidado da sua saúde mental?
Gostava de ler as vossas reflexões nos
comentários!
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