Querida Mãe,
Fazes-me falta.
Falta-me o teu telefonema, as conversas breves mas cheias de presença. Às
vezes passávamos dias sem falar, mas quando falávamos, havia qualidade. Havia
amor. Havia nós.
Agora, há um silêncio que me aperta o peito. Tento seguir em frente, ser
forte, dar apoio a todos... mas por dentro, há dias em que sou só uma filha com
saudades. Com muitas.
Nunca pensei que a ausência física pudesse doer assim. Evito ver fotos,
porque sei que as lágrimas me esperam. E tenho medo de começar a chorar e não
conseguir parar. Porque fui educada para ser firme, para aguentar. Mas mãe...
às vezes, ser forte cansa.
Gostava de te contar tudo o que tenho vivido: o trabalho, o abrigo, os dias
em que parece que o mundo pesa demais. Gostava que estivesses aqui para me
dizer uma daquelas coisas simples que só as mães dizem. Que acalmam, que curam.
Hoje, enquanto olhava para as rosas amarelas que plantei em tua homenagem,
senti o coração apertado de saudade… mas também uma brisa quente de carinho a
lembrar-me de ti. São lindas, sabes? Tal como tu — loura, delicada e cheia de
força. Escolhi o amarelo porque me lembra o teu riso e a luz que deixaste na
minha vida.
🌼 As tuas
rosas estão lindas, mãe. 🌼
Cada botão novo é como se me dissesse que tu estás por perto.
Sinto-me a envelhecer e, com isso, a vida vai ganhando outro ritmo. Queria
tempo. Tempo para viver com mais leveza, com mais verdade, com mais mimar-me e
menos correr.
Sei que onde estiveres, continuas comigo. Nos gestos, na forma como cuido
dos outros, na minha força (que tantas vezes veio da tua). Mas mesmo assim...
sinto falta do teu toque, do teu olhar, da tua voz.
Hoje escrevo esta carta para te dizer: Obrigada por tudo o que
foste. Tudo o que és em mim. E tudo o que me ensinaste, mesmo depois de
partires.
Amo-te. Sempre.
Tua filha, a Aninhas
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